As ditaduras
na América Latina surgiram em meados do século XX pelo motivo de a famosa
Guerra Fria estar ocorrendo. Na Guerra Fria, as duas grandes potências mundiais
(Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)
tinham como objetivo expandir sua estrutura de economia pelo mundo. Os Estados
Unidos traziam consigo o modo de produção Capitalista, e a União Soviética, o
modo Socialista de se organizar economicamente. Além de expandir seu modo de
produção, as duas potências tinham de se assegurar de que seus aliados não
iriam trocar de lado. A Revolução Cubana causou um grande medo aos Estados
Unidos por incentivar o comunismo na América Latina. Com o intuito de combater
esse “perigo vermelho” os norte-americanos criaram conjuntamente com lideranças
latino-americanas o programa “a Aliança para o Progresso”. Mesmo assim, grupos simpatizantes
das ideias comunistas surgiram em vários países do continente. Contra esses,
surgiram grupos mais conservadores, que eram fortemente apoiados pelos Estados
Unidos, incentivadores de um golpe militar autoritário. Inúmeros golpes de
Estado foram realizados na América Latina entre os anos de 1960 e 1970.
Além dos
golpes possuírem apoio norte-americano, eles contaram com uma grande
participação das populações dos países. Muitos acreditavam que com governos de
caráter rigoroso e mediados pelos militares os perigos comunistas seriam
eliminados. Movimentos de classe média impulsionaram as ditaduras com o
objetivo de destruir o exemplo de Cuba. Portanto os apoios às ditaduras foram
em sua maioria movimentos de elite. Até mesmo a Igreja Católica deu força a
esses movimentos.
Havia uma
competente comunicação entre os regimes militares na América e por isso foi
possível de ser realizada a Operação Condor. Essa era uma união entre os
regimes para uma melhor perseguição de esquerdistas que se localizavam no Cone
Sul, independentemente de sua origem e nacionalidade. Muito foi feito a favor
dos perseguidores dos “inimigos da ordem” como a censura aos meios de comunicação
e a legalização da tortura. Em países como Chile, Brasil, Argentina Bolívia e
Uruguai eram frequentes as prisões, os exílios e os desaparecimentos de pessoas
suspeitas de implantar a ideia comunista.
Nesse período
foi notado um grande crescimento econômico das nações as quais estavam sobre um
regime militar. Contudo, os índices sociais não melhoraram nesses países pela
falta de interesse dos regimes em fazer a classe mais humilde de sua nação
crescer economicamente. Quem se beneficiou nesse período foram as camadas de
classe média que teve um maior sucesso econômico.
No fim dos
anos 70, com o aumento dos grupos de oposição, os governos militares começaram
a mostrar maior fragilidade. A redemocratização estava aparecendo também em um
cenário mundial. Com a derrota dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã,
cresceram as ideologias contrárias aos governos autoritários da América Latina.
As ditaduras latino-americanas tiveram fins distintos. No Brasil, os militares
autores de violência e autoritarismo foram anistiados de seus atos com a Lei da
Anistia. Já em outros países, como Chile e Argentina, os atos foram tratados
como Terrorismo de Estado e seus responsáveis foram punidos pela sociedade
civil.
A
partir disso se pode detalhar ainda mais algumas ditaduras e seus processos de
abertura. No Brasil, foi um processo de
desestabilização da estrutura do Regime Militar. Inicia-se em 1974 com o governo do General Ernesto Geisel onde tinha como projeto uma “distensão lenta,
segura e gradual” e
termina em 1985 com o mandato de João Baptista Figueiredo, ano em que a ditadura militar é extinta. O
País passava por uma crise econômica que se agravava a cada dia, os
assassinatos e a violência se tornavam fatos cada vez mais frequentes na
ditadura brasileira e com isso a população foi rejeitando esse regime. O
processo de abertura se intensifica com o movimento das “Diretas Já” e chega ao
seu objetivo completamente no ano de 1988 com a promulgação da Nova
Constituição.
No Chile, a ditadura se inicia em 1973 com um golpe de estado e
tirando o presidente Salvador Allende do poder entrando Augusto
Pinochet. Sua violenta e antidemocrática forma de governar de começou a gerar
pressões contrárias de países e instituições internacionais, resultando em um
isolamento internacional do país. A economia do país enfrentava problemas e as
desigualdades sociais só haviam aumentado durante a ditadura. Além disso a
população se demonstrava cada vez mais insatisfeita com o regime do Chile. Após
um plebiscito, ocorrido em 1988, a população optou pela saída de Pinochet do
poder, convocando eleições para o ano seguinte. Nessas, Patricio Aylwin foi
eleito e a ditadura chilena se encerra no ano de 1990.
Na Argentina, a ditadura começou com um golpe de estado, no
ano de 1966, feito pelos militares e ficou conhecida como um dos governos mais autoritários
da América Latina. Assim como nas outras ditaduras, os militares faziam esses
golpes e governavam com o discurso de combater o comunismo de se tornava uma
ameaça cada vez maior para esses países. Esse regime foi cruel e sangrento, a estimativa é de que aproximadamente 30 mil
argentinos foram sequestrados pelos militares e além dessas marcas
deixou também uma instabilidade econômica e social no pais, na qual a Argentina
segue até hoje tentando apagar e lutar contra.
Na Bolivia, após o golpe de estado,
revoluções e os vários presidentes a abertura política só conseguiu se concretizar
no ano de 1981. Os motivos que levaram a essa abertura foram as questões raciais
e culturais que estavam sendo confrontadas e por isso no início dos anos 80 a última
junta militar foi derrubada no pais dando lugar a uma democracia como forma de
governo. Em seus 180 anos, a Bolívia viveu 97 anos
sob mandatos de militares, 82 de civis e um sob a direção de juntas
cívico-militares e por isso se encontra atualmente entre as cinco nações mais instáveis
da América.
Por fim temos a ditadura
militar que ocorreu no Uruguai e durou de 1973 até 1985. É caracterizado pela proibição
dos partidos políticos, pela ilegalização dos sindicatos e perseguição, tortura e execução de opositores ao regime. Sua
abertura ocorre em 1985 e até hoje se pode ver rastros deixados por esse período
vivido na história do país.
Vendo alguns exemplos de ditaduras
ocorridas na América Latina é possível ver que todas têm algo em comum e acabam
se parecendo em muitos aspectos. Independente do país em que ocorreu todas
contaram com inúmeros casos de morte por assassinato ou por tortura, assim como
tiveram também muitas perseguições a aqueles que o governo considerava estar
indo contra os princípios militares. Por esses motivos podem ser considerados
por cada país como períodos de grande terror e que deixaram consequências e
marcas muito ruins. Países como Argentina e Bolívia estão até hoje tentando
reverter esses aspectos deixados pelas ditaduras, o que leva tempo e que mexe
com muitas pessoas que tiveram parentes que passaram por isso.
Fontes:
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/abertura-politica/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regime_militar_do_Chile#Legado
http://www.suapesquisa.com/historia/ditadura_chile.htm
http://www.infoescola.com/historia/ditadura-na-argentina/
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/01/19/ult1766u14213.jhtm]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura_civil-militar_no_Uruguai_(1973%E2%80%931985)
Nenhum comentário:
Postar um comentário