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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Artigo sobre: "Processo de Abertura da América Latina"

As ditaduras na América Latina surgiram em meados do século XX pelo motivo de a famosa Guerra Fria estar ocorrendo. Na Guerra Fria, as duas grandes potências mundiais (Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) tinham como objetivo expandir sua estrutura de economia pelo mundo. Os Estados Unidos traziam consigo o modo de produção Capitalista, e a União Soviética, o modo Socialista de se organizar economicamente. Além de expandir seu modo de produção, as duas potências tinham de se assegurar de que seus aliados não iriam trocar de lado. A Revolução Cubana causou um grande medo aos Estados Unidos por incentivar o comunismo na América Latina. Com o intuito de combater esse “perigo vermelho” os norte-americanos criaram conjuntamente com lideranças latino-americanas o programa “a Aliança para o Progresso”. Mesmo assim, grupos simpatizantes das ideias comunistas surgiram em vários países do continente. Contra esses, surgiram grupos mais conservadores, que eram fortemente apoiados pelos Estados Unidos, incentivadores de um golpe militar autoritário. Inúmeros golpes de Estado foram realizados na América Latina entre os anos de 1960 e 1970.
Além dos golpes possuírem apoio norte-americano, eles contaram com uma grande participação das populações dos países. Muitos acreditavam que com governos de caráter rigoroso e mediados pelos militares os perigos comunistas seriam eliminados. Movimentos de classe média impulsionaram as ditaduras com o objetivo de destruir o exemplo de Cuba. Portanto os apoios às ditaduras foram em sua maioria movimentos de elite. Até mesmo a Igreja Católica deu força a esses movimentos.
Havia uma competente comunicação entre os regimes militares na América e por isso foi possível de ser realizada a Operação Condor. Essa era uma união entre os regimes para uma melhor perseguição de esquerdistas que se localizavam no Cone Sul, independentemente de sua origem e nacionalidade. Muito foi feito a favor dos perseguidores dos “inimigos da ordem” como a censura aos meios de comunicação e a legalização da tortura. Em países como Chile, Brasil, Argentina Bolívia e Uruguai eram frequentes as prisões, os exílios e os desaparecimentos de pessoas suspeitas de implantar a ideia comunista.
Nesse período foi notado um grande crescimento econômico das nações as quais estavam sobre um regime militar. Contudo, os índices sociais não melhoraram nesses países pela falta de interesse dos regimes em fazer a classe mais humilde de sua nação crescer economicamente. Quem se beneficiou nesse período foram as camadas de classe média que teve um maior sucesso econômico.
No fim dos anos 70, com o aumento dos grupos de oposição, os governos militares começaram a mostrar maior fragilidade. A redemocratização estava aparecendo também em um cenário mundial. Com a derrota dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, cresceram as ideologias contrárias aos governos autoritários da América Latina. As ditaduras latino-americanas tiveram fins distintos. No Brasil, os militares autores de violência e autoritarismo foram anistiados de seus atos com a Lei da Anistia. Já em outros países, como Chile e Argentina, os atos foram tratados como Terrorismo de Estado e seus responsáveis foram punidos pela sociedade civil.
          A partir disso se pode detalhar ainda mais algumas ditaduras e seus processos de abertura. No Brasil, foi um processo de desestabilização da estrutura do Regime Militar.  Inicia-se em 1974 com o governo do General Ernesto Geisel onde tinha como projeto uma “distensão lenta, segura e gradual” e termina em 1985 com o mandato de João Baptista Figueiredo, ano em que a ditadura militar é extinta. O País passava por uma crise econômica que se agravava a cada dia, os assassinatos e a violência se tornavam fatos cada vez mais frequentes na ditadura brasileira e com isso a população foi rejeitando esse regime. O processo de abertura se intensifica com o movimento das “Diretas Já” e chega ao seu objetivo completamente no ano de 1988 com a promulgação da Nova Constituição.
          No Chile, a ditadura se inicia em 1973 com um golpe de estado e tirando o presidente Salvador Allende do poder entrando Augusto Pinochet. Sua violenta e antidemocrática forma de governar de começou a gerar pressões contrárias de países e instituições internacionais, resultando em um isolamento internacional do país. A economia do país enfrentava problemas e as desigualdades sociais só haviam aumentado durante a ditadura. Além disso a população se demonstrava cada vez mais insatisfeita com o regime do Chile. Após um plebiscito, ocorrido em 1988, a população optou pela saída de Pinochet do poder, convocando eleições para o ano seguinte. Nessas, Patricio Aylwin foi eleito e a ditadura chilena se encerra no ano de 1990.
          Na Argentina, a ditadura começou com um golpe de estado, no ano de 1966, feito pelos militares e ficou conhecida como um dos governos mais autoritários da América Latina. Assim como nas outras ditaduras, os militares faziam esses golpes e governavam com o discurso de combater o comunismo de se tornava uma ameaça cada vez maior para esses países. Esse regime foi cruel e sangrento, a estimativa é de que aproximadamente 30 mil argentinos foram sequestrados pelos militares e além dessas marcas deixou também uma instabilidade econômica e social no pais, na qual a Argentina segue até hoje tentando apagar e lutar contra.
          Na Bolivia, após o golpe de estado, revoluções e os vários presidentes a abertura política só conseguiu se concretizar no ano de 1981. Os motivos que levaram a essa abertura foram as questões raciais e culturais que estavam sendo confrontadas e por isso no início dos anos 80 a última junta militar foi derrubada no pais dando lugar a uma democracia como forma de governo. Em seus 180 anos, a Bolívia viveu 97 anos sob mandatos de militares, 82 de civis e um sob a direção de juntas cívico-militares e por isso se encontra atualmente entre as cinco nações mais instáveis da América.
          Por fim temos a ditadura militar que ocorreu no Uruguai e durou de 1973 até 1985. É caracterizado pela proibição dos partidos políticos, pela ilegalização dos sindicatos e perseguição, tortura e execução de opositores ao regime. Sua abertura ocorre em 1985 e até hoje se pode ver rastros deixados por esse período vivido na história do país.
          Vendo alguns exemplos de ditaduras ocorridas na América Latina é possível ver que todas têm algo em comum e acabam se parecendo em muitos aspectos. Independente do país em que ocorreu todas contaram com inúmeros casos de morte por assassinato ou por tortura, assim como tiveram também muitas perseguições a aqueles que o governo considerava estar indo contra os princípios militares. Por esses motivos podem ser considerados por cada país como períodos de grande terror e que deixaram consequências e marcas muito ruins. Países como Argentina e Bolívia estão até hoje tentando reverter esses aspectos deixados pelas ditaduras, o que leva tempo e que mexe com muitas pessoas que tiveram parentes que passaram por isso.

Fontes:
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/abertura-politica/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regime_militar_do_Chile#Legado
http://www.suapesquisa.com/historia/ditadura_chile.htm
http://www.infoescola.com/historia/ditadura-na-argentina/
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/01/19/ult1766u14213.jhtm]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura_civil-militar_no_Uruguai_(1973%E2%80%931985)